sábado, 12 de julho de 2025

MIGUEL BENTO (1963-2025)

Pois é... Agora foi o Miguel...

E estas palavras, que há uns tempos sabia que tinha de escrever, são das mais amargas em 17 anos de blogue.

Conhecemo-nos em 1983 e ficámos amigos desde então. O Miguel estava nos tempos "tempos livres" e vinha todos os dias de Alcaria Ruiva, numa Casal. Encostava a motoreta à vedação do campo arqueológico e começava o dia. O Cláudio destinou-nos a mesma quadrícula. Falávamos sei lá do quê todo o santo dia. Mas recordo claramente da aprendizagem que aqueles dias foram para mim, com um moço da mesma idade e cujo curso de vida pouco tinha a ver com o meu. O sempre arguto e inteligente Cláudio ensinava-nos coisas da vida, sem a formalidade das aulas. 

Fomos depois colegas na Câmara de Mértola. Viria ele mais tarde, no virar do século a ser vereador da autarquia. Inteligente e persistente, Miguel Bento doutorou-se em 2016 e continuou a sua carreira docente no Politécnico de Beja.

Se há vida de combate e de luta, em todos os sentidos, foi a do Miguel. Pontuou sempre esse combate com uma característica bonomia e com uma calma que nunca lhe vi perder. 

Fomos, ao longo da vida, mantendo contacto permanente e assíduo. Fiz questão de ir visitá-lo no último festival islâmico, para lhe oferecer o meu último livrinho. Saí da lá com um mau pressentimento. Ainda falámos ao telefone um par de vezes: como sempre Mértola, a política, os amigos e outros temas pessoais que não vem ao caso. Ontem recebi o telefonema que esperava. Hoje vou acompanhá-lo pela vez derradeira. Deixo de ter o convívio de um dos meus melhores. Há quatro ou cinco dos que já partiram que a memória me evoca com regularidade. Junta-se-lhes agora o Miguel Bento.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

BAGHDAD, MUITO AO LONGE

Numa sessão ontem realizada, na Gulbenkian, o Prof. António Feijó, Presidente da Fundação, referiu a construção, em meados da década, de dois importantes edifícios em Baghdad. Era uma forma de manter ligações com o Iraque. Assim se fiunanciaram o Centro de Artes (projeto de Jorge Sottomayor d'Almeida) e o Estádio Nacional (projeto de Carlos Ramos e de Francisco Keil do Amaral). Tive curiosidade de perceber o que se tinha passado. O primeiro é hoje o Museu Nacional de Arte Moderna e parece, exteriormente, meio "abarracado". De acordo com um site que consultei está meio desativado. O estádio passou por várias renovações, mas a traça original é ainda bem reconhecível.





O CONDE D'AGUILAR

Momento onírico-mágico...
No outro dia sonhei que estava  assistir a um espetáculo de magia do Conde de Aguilar. Há condes de Aguilar em Espanha, mas este ilusionista não era conde. Chamava-se Saul Fernandes de Aguilar (1909-1988) e teve grande notoriedade nas décadas de 40, 50 e 60. Vi-o atuar numa feira em Moura (1970 ou 1971) e todo aquele estilo e cerimonial me causou viva impressão. O Conde d'Aguilar atuava com um ar distante e sobranceiro (ou se é conde ou não se é, que diabo...), fazendo os truques mais improváveis.

Esperei que aparecesse na feira de setembro seguinte, mas não... Aquela vez foi a única, para mim.


Homenagem ao Conde de Aguilar, ilusionista

conde da guarda
conde da foz
conde de foulques de maillé
conde da folgosa
conde de fijó
conde da ervideira
conde de castro marim
conde castro
conde de castelo mendo
conde de castelo melhor
conde de castelo branco
conde de casteja
conde de carnide
conde de caminha
conde de cabral
conde de botelho
conde da borralha
conde do bonfim
conde de bonfils
 conde de bobone
conde de belmonte
conde de barcelona
conde da barca
conde da bahia
conde da azarujinha
conde de avilez
conde de ávila e bolama
conde dos arcos
conda das antas
conde do ameal
conde de alvor
conde de alvellos
conde do alto-mearim
conde de almeida araújo
conde de almarjão
conde de almada
conde das alcáçovas
conde de albuquerque
)conde de aguilar(
conde de águeda

Alexandre O'Neill (1979)

quarta-feira, 9 de julho de 2025

A ESTUPIDEZ, EM TODO O SEU ESPLENDOR

O vídeo está no twitter de volksvargas. É uma entrevista de uma neo-facha à Rádio Observador. A estupidez já está no limiar do Poder.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

FILHOS DE TUGA

Cheguei a casa e liguei a televisão para ver esta série documental. E levei um belo murro no estômago. Estes são os filhos sem pai que foram deixados para trás. E que sofreram uma dupla discriminação. Um deles, de pele bastante escura, era acusado pelos seus de não ser suficientemente negro. Estes sao aqueles que ficaram num limbo, nem num lado nem do outro.

Numa altura em que quase se sente a tentação de um novo luso-tropicalismo (ouçam-se os hipócritas discursos de responsáveis políticos...) ver trabalhos como este leva-nos ao outro lado da História.

Verei o que falta deste belo trabalho de Catarina Gomes. Antes que me esqueça, esta é a diferença entre haver serviço público e não haver.

domingo, 6 de julho de 2025

VENHAM MAIS CINCO

Uma exposição poderosa, em todos os sentidos. "Venham mais cinco", organizada por Sérgio Tréfaut (um magnífico trabalho de recolha e de ordeanemtno de materiais), mostra Portugal na visão dos fotógrafos estrangeiros, nos meses que mudaram um País. Uma autentica parada de estrelas da reportagem. Muitos na altura ainda não o eram, mas tiraram todo o partido de situações únicas. Algumas delas de tom pícaro.

Olhamos as imagens e ouvimos os sons e o rumor da multidão. Sobretudo, sentimos uma esperança que, 50 anos volvidos, de alguma forma se esfumou. Mas aquele País, felizmente, já não volta,

Até dia 24 de agosto, em Almada: https://www.cm-almada.pt/exposicao-venham-mais-cinco

Veja-se esta imagem, plena de ingenuidade, de Jean-Paul Miroglio:

sábado, 5 de julho de 2025

CABO VERDE: 50 ANOS

Um pouco surpreendido pelo convite da embaixada fui, com todo o gosto, à festa dos 50 anos de Cabo Verde. Um jantar com dois ou três encontros completamente inesperados. E com o particular prazer de ter oferecido a um descontraído PM Correia e Silva o folheto do Panteão Nacional em língua caboverdiana. Ficou verdadeiramente surpreendido e, melhor ainda, manifestamente agradado. "Obrigou" mesmo os companheiros da sua mesa a tomarem conhecimento do que lhe tinha sido dado.

Viva Cabo Verde, nos seus 50 anos!

Nota final: desta vez, a gravata está direita, mas o pin está fora do sítio. Algum dia, acertarei.


sexta-feira, 4 de julho de 2025

GERACANTE (25)

25 porque é a vigésima quinta iniciativa - entre coisas mais formais e menos formais - que tem lugar no Panteão Nacional neste ano de 2025. É sempre um prazer receber a Orquestra Geração e os grupos corais infantis (neste caso Moura e Ourique). A partir das 18h.

Depois há concertos nos dias 6, 13 e 16. Depois isto acalma um pouco até setembro. Mas há Lawrence Weiner (instalação) e há Pedro Inácio (fotografia)



ADEL SIDARUS

Sessão de homenagem, na Biblioteca Nacional, a Adel Sidarus. O seu nome gera, por boas razões, amplo consenso. Foi por isso que me juntei, na passada segunda-feira, a um numeroso grupo de colegas, amigos, admiradores do Adel numa tarde de recordações.

Não estava prevista intervenção minha, mas o Fabrizio Boscaglia teve a simpatia de me convidar a abrir a segunda parte dos trabalhos. Disse, com toda a sinceridade, o que ia/vai na alma. Fiquei contente com essa inesperada participação e, sobretudo, por lá ter estado a assistir.

terça-feira, 1 de julho de 2025

A RIUIS ANATIS FLUMINIS EXTREMUM MUNDI UIDERI POTEST

Moura é um exemplo interessante para o estudo da arquitetura militar medieval e moderna. Não que qualquer das suas fortalezas seja excecional, em termos de qualidade do que foi edificado. Não é esse o caso. Mas dão pistas interessantes para a compreensão do sítio e para a sua leitura topográfica.

 

Para uma fortificação medieval do mundo mediterrânico Moura parece um modelo perfeito. Ocupa o topo de um cerro (o do castelo, que ainda por cima tem nascentes no seu interior), está entre dois cursos de água (o Brenhas e o da Roda, hoje quase todo “encanado”), tem terras férteis à sua volta e tem uma linha de muralhas de difícil acesso.

 

A força do sítio medieval de pouco lhe serviu depois do século XVI. Chegou, literalmente em força, a artilharia. Uma realidade que a Idade Média não conhecia, desta forma. Qualquer canhão situado nos espaço em volta do castelo – na zona da Porta Nova, por exemplo ou, muito em particular, no alto da Salúquia – fazia facilmente “tiro ao alvo” em direção ao castelo. Encontrámos, nas escavações realizadas em 2003, vestígios de um desses bombardeamentos, com restos de projéteis por entre os escombros das ruínas. Foi essa fragilidade que levou à construção de uma estrutura militar, hoje desparecida, na Salúquia (ficou o nome, na Rua do Forte).

 

Depois da Restauração houve a necessidade de proteger Moura com novos amuralhamentos. A chamada muralha nova, de que sobrevivem alguns troços (Muralha Nova, Boavista, Santa Catarina, Jardim etc.), foi sendo construída, na segunda metade do século XVII, a partir de um desenho ideal de Nicolau de Langres (que nunca foi executado na íntegra). Muitas casas foram demolidas, para dar lugar à edificação de um sistema defensivo razoavelmente complexo. Adaptada ao terreno, e às urbanizações que já existiam, a muralha de Moura não tem o rigor geométrico de outras. Foi, ao longo dos anos, sofrendo várias destruições. Uma das mais importantes ocorreu em 1707, quando a cidade foi cercada pelo Duque de Osuna. Vários pontos das muralhas, medievais e modernas, foram destruídos. Salvou-se a torre de menagem, porque as freiras do convento do castelo imploraram que não fosse destruída, por poder tombar para cima do local onde viviam as freiras. O torreão virado ao Convento do Carmo escapou por pouco. Recordo um excerto das Memórias Paroquiais de 1758: “para a parte do Carmo tem outra grande torre o castello. E levantando-se no ar metade da torre com as minas que lhe fizerão, cahio sobre a metade que tinha ficado fixa, couza que este povo atribuhe a prodigio da imperatriz do Carmo, porque cahindo fora do muro deyxaria o convento todo arrazado” (…)”. Deverá também datar dessa época a célebre “brecha do jardim”, nome hoje em desuso, mas que faz parte do passado de muitos de nós. A ruína parcial que a igreja de S. João Batista sofreu, em 1708, foi, certamente, um “efeito colateral” dos bombardeamentos e das minagens que o poderoso chefe militar espanhol promoveu.

 

Alguns destes tópicos já foram tema para publicações. Outros serão ponto de partida para trabalhos futuros. A riuis Anatis fluminis extremum mundi uideri potest? Das margens do Guadiana vê-se o resto do mundo? Certamente que sim. Desde que se consiga ver. E se queira ver.


Crónica em "A Planície".



Moura, no desenho de Nicolau de Langres (1657)


segunda-feira, 30 de junho de 2025

GARGALÃO

Há sítios que se tornam inapagáveis. O Gargalão, a curta distância do Sobral da Adiça, faz parte dessas memórias. Desde há quase 20 anos que se tornou sítio de visita regular. Entre 2007 e 2009 por razões que se prendiam com o pelouro das águas. Depois disso, por muitas outras razões.

Os regressos são sempre animados. Festivos a sério. E há sempre uma ponta de saudade nestas coisas. Disto e de muito mais se falou.

Da esquerda para a direita: Nelson Mendes, Bruno Monteiro, Osvaldo Fernandes, o autor do blogue e Domingos Pinto.


domingo, 29 de junho de 2025

UMA MUITO PROFANA INVOCAÇÃO A SÃO ROMÃO

Era uma prática muito comum na rapaziada aqui da terra (final dos anos 60, início dos anos 70). Ensinaram-me que quando um cão se preparasse para defecar nós devíamos por os dedos assim e invocar São Romão, numa profaníssima cantilena "são romão são romão não deixes cagar o cão". Claro que, incomodados, os animais acabavam por fugir. Claro que eu acreditava que tudo se devia a São Romão...

Falo nisto aos mais novos e não fazem a mais pequena ideia de que estou a falar...




sábado, 28 de junho de 2025

MOSSADDEGH

Mohammed Mossadegh (1880-1967) foi primeiro-ministro do Irão entre 1951 e 1953. Teve uma carreira política longa, iniciada nos tempos de juventude. Foi um patriota que pôs os interesses do seu país à frente de tudo. Nacionalizou o petróleo iraniano. Acabou derrubado por um golpe de estado orquestrado por norte-americanos e ingleses. O PM inglês era Churchill, o tal. Esse mesmo.

Mossadegh acabou exilado no seu próprio país. Vale a pena recordar figuras como esta, nos dias que correm.


sexta-feira, 27 de junho de 2025

FIM DE TARDE OEIRENSE

Reviver o passado em múltiplas dimensões:

1. Reencontrar a pintura de Moita Macedo.

2. Rever o espaço do Palácio Anjos recuperado com dignidade.

3. Rever o filme que rodei no início de 1981 (!).

4. Descobrir um desenho de Júlio Pomar, retratando Moita Macedo (!).

4. Reencontrar amigos.














quinta-feira, 26 de junho de 2025

MOURA - UMA MEMÓRIA DO DUQUE DE OSUNA (1707)

Das Memórias Paroquiais de 1758: “para a parte do Carmo tem outra grande torre o castello. E levantando-se no ar metade da torre com as minas que lhe fizerão, cahio sobre a metade que tinha ficado fixa, couza que este povo atribuhe a prodigio da imperatriz do Carmo, porque cahindo fora do muro deyxaria o convento todo arrazado” (…)”.

A fratura é bem visível nesta fotografia antiga. Os danos foram causados por altura do cerco do Duque de Osuna, em 1707. Data dessa altura uma certa "brecha do jardim".


quarta-feira, 25 de junho de 2025

CANTO IX - ESTROFE 77

Fui desafiado a participar num projeto que se tem vindo a desenvolver, ao longo de décadas, e que agora se aproxima do fim. Cada participante (há Presidentes da República, cientistas, escritores, diplomatas e até um diretor de panteão...) deverá copiar, à mão, uma estrofe dos "Lusíadas". Escolhi esta, do Canto IX:

"Todas de correr cansam, Ninfa pura,
Rendendo-se à vontade do inimigo,
Tu só de mi só foges na espessura?
Quem te disse que eu era o que te sigo?
Se to tem dito já aquela ventura,
Que em toda a parte sempre anda comigo,
Ó não na creias, porque eu, quando a cria,
Mil vezes cada hora me mentia."

Os desafios improváveis são sempre os melhores.


terça-feira, 24 de junho de 2025

RODAGEM


Isto tem andado agitado. Por dentro e por fora. Por iniciativas nossas e de outros. Programas televisivos (dois), mais uma reportagem a caminho e ontem, para compor o ramalhete, uma cena de uma longa-metragem. Corte de trânsito, polícias, o que é costume em dias assim.

Gosto da agitação. Pode parecer contraditório com um cemitério, mas não é.


segunda-feira, 23 de junho de 2025

FOI BONITA A FESTA, PÁ!

Só me ofereceram o livro, para já. A ida a Almada será dentro de dias. O projeto do Sérgio Tréfaut foi bem delineado e melhor concretizado. Ainda dei uma minúscula "ajudinha" por fora, pondo-o em contacto com o Fausto Giaccone.

São imagens extraordinárias de um País em festa (veja-se a fotografia da capa!), completamente à solta depois de décadas de repressão. Como é que os repórteres estrangeiros viram esses 19 irredutíveis meses? É disso que trata o projeto. Muitos dos autores não eram ainda consagrados à altura. Tenho a certeza que este ambiente de Liberdade lhes foi decisivo. 


domingo, 22 de junho de 2025

O DIA DA VINGANÇA - 44 ANOS e 5 MESES MAIS TARDE

Esta estava à espera de um pretexto. Aconteceu agora. Quase meio século depois da crise dos reféns os Estados Unidos dão um passo em frente. Desculpem o paralelo, mas isto faz lembrar um daqueles combates de luta livre em que está tudo combinado. Um Irão neutralizado dá imenso jeito.

sábado, 21 de junho de 2025

OTCHENTIOTCHIO

O "otchentiotchio" de JJ marcou o meu dia.

Dia de pausa quase completa para celebrar o aniversário de uma pessoa especial.


sexta-feira, 20 de junho de 2025

A NOITE DE CRISTIANO TORRES

A novilhada de dia 12 de junho, em Sevilha, foi uma muito agradável surpresa. O jovem da casa, Uceda Vargas, com uma porta gayola e tudo, bem se esforçou mas "não foi lá". Bem melhor esteve Cristiano Torres, que deu excelentes indicações no primeiro, apesar da voltereta, e que foi temerário no segundo. Ou muito me engano (e espero que não!) ou está aqui alguém com futuro nas arenas.






quinta-feira, 19 de junho de 2025

GIBRALEÓN

De repente, deu-me para ir à procura das coisas antigas de Gibraleón, a Jabal Uyun das fontes escritas árabes. Arrastei até lá uma pequena comitiva. Uma manhã inexplicável.

A visita teve detalhes pícaros - como o de um funcionário do ayuntamiento a fotocopiar um folheto turístico tirado de uma caixa onde haveria umas boas dezenas de exemplares - e outros insólitos:

Iglesia del Carmen - cerrada.

Iglesia de San Juan - cerrada.

Convento de Ntra. Sra. del Vado - cerrado.

Iglesia de Santiago - cerrada.

Castillo - cerrado, por supuesto.

Balanço da manhã: compra de um maço de cigarros (não para mim) e de uma garrafa de água. Turismo tabágico-aquífero.


quarta-feira, 18 de junho de 2025

FILHO, A VIDA ESTÁ DIFÍCL...

Há muitos anos, quando lançaram os primeiros ultra-congelados, aparecia um homem vestido de foca, fazendo "oink! oink!", enquanto pedia "peskitos" e dava saltinhos. Eu andava na faculdade e só me recordo do meu pai comentar, sardonicamente, "filho, isto está muito difícil...".

Então não está, caramba! Esta do paguem-me lá a política é todo um "manual de procedimentos".




MOURA, DIA 15

Foi bonita a festa, pá.

Fomos mais de duas centenas para o arranque de uma campanha que queremos que seja um futuro de esperança para o concelho de Moura. Houve música, discursos e o ânimo necessários a um bom começo.

Estou com o André, com a CDU e com os seus candidatos.



terça-feira, 17 de junho de 2025

BARRAQUIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO - UMA TRAGÉDIA IBÉRICA...

Não é só "cá". Chega-se à Praça de Espanha, em Sevilha, que é um dos sítios mais bonitos da cidade, e temos o espaço transformado num aglomerado de barracas obscenas.

Pergunta-se porquê e para quê. Deve haver patrocínios e eventos e muito som. A par com uma inqualificável barraquização do património.


segunda-feira, 16 de junho de 2025

ARTE TUMULAR

Exposição de fotografia, visitável a partir de quinta-feira, dia 19, na sala de exposições temporárias do Panteão Nacional.

domingo, 15 de junho de 2025

MOURA, DE HOJE PARA O FUTURO

A sessão de apresentação é hoje.

É a altura de renovar a esperança. E de criar um futuro para o concelho de Moura.




sábado, 14 de junho de 2025

33% É MUITO POUCO...

Resta perceber como se vai descalçar esta bota.
Falo por experiência própria.


sexta-feira, 13 de junho de 2025

TORRE DEL ORO

Lembro-me de ser muito pequeno e de ir a Sevilha e de querer ver a Torre del Oro, porque acreditava que era mesmo em ouro. E de o meu pai me levar lá - não me lembro exatamente quando foi, mas a "visita" foi noturna - e de eu ter ficado desapontado com aquela torre de tom pardacento.

Estava longe de saber que um dia me iria interessar por torres de tom pardacento.

A gravura onde se vê a Torre del Oro, junto ao Guadalquivir, tem um detalhe curioso: o coroamento da Giralda é falseado e maior que a realidade. Tem quase a mesma dimensão da torre. Vá lá perceber-se porquê.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

SANTANTÓNIO

Não vou "aos santos" há uns bons (quase) 40 anos. Lembro-me de correr Alfama em 1980 ou 1981, com o meu pai, sem stresses, parando aqui e ali para beber um copo de tinto e comer sardinhas assadas. Havia, claro, muita gente, mas nada comparado com o que viria depois. O Santo António de 1986 foi o último e teve consequências. A vários títulos.

O vinho foi substituído pela "sponsorização" da cerveja, os enfeites de papel, laboriosamente preparados, deram lugar a umas coisas rascas em plástico compradas em lojas, as sardinhas atingiram preços obscenos. E ainda ninguém me conseguiu explicar qual o prazer de andar nas ruas de Alfama como se fossem o metro ao final da tarde.

Não, obrigado!


quarta-feira, 11 de junho de 2025

¡ MUERAN LOS INTELECTUALES !

Nunca se saberá ao certo o que foi dito naquele 12 de outubro de 1936, na Universidade de Salamanca. Em todo o caso, Millan Astráy e os fascistas tiveram um papel fulcral nos acontecimentos. Ou se gritou viva la muerte ou mueran los intelectuales. A besta renasce agora. Com a complacência do governo, que rasura relatórios e assobia para o lado. Com a cumplicidade da "comunicação social", que promove a infâmia. O ataque à Cultura não é um acaso. É um ponto central para os neofascistas.

terça-feira, 10 de junho de 2025

E É CAPAZ DE SER MESMO A MELHOR OPÇÃO

O trabalho de Kiluanji Kia Henda é uma obra de arte a todos os títulos notável.

Esta localização não me parece nada má. O sítio é muito visitado e tem enorme visibilidade. Depois de chumbado - nunca percebi lá muito bem as razões... - o anterior sítio, esta parece-me uma boa solução. A menos que se enverede agora por uma daquelas lusitaníssimas querelas sobre isto e mais aquilo e coisa nenhuma.

Vantagem adicional: acabar com o football park e outras coisas do género, sempre tão ao lusitaníssimo hábito de "barraquizar" tudo o que é espaço público.


LYON - 20 ANOS, JÁ

As fotografias têm 20 anos. Era uma sexta-feira. Quando soube que a defesa da minha tese de doutoramento coincidiria com o Dia de Portugal, Pierre Guichard comentou, sardonicamente, "vai ser uma jornada apoteótica".
O tempo vai fazendo o seu papel...
Deste grupo estão aposentados André Bazzana, Cláudio Torres e Jean-François Reynaud.
Já não estão entre nós Christophe Picard e Pierre Guichard.
Ao serviço ativo permanecemos a Maria da Conceição Lopes e eu.

Tese em:


domingo, 8 de junho de 2025

TARDES DE SOLEDAD

Vi, ontem, um filme excecional. O documentário de Albert Serra é um testemunho que fica para a posteridade. O protagonista é o célebre Andrés Roca Rey, mas o filme é muito mais que isso. O som (das conversas, dos aplausos, da respiração dos touros) é um dos grandes elementos de "Tardes de soledad". Depois há o vermelho, (da muleta, das bandarilhas, do sangue, da trincheira...). Depois há as lides e a magnífica captação de todos os momentos e da face do toureiro (o medo, a tensão, a adrenalina...).

Li, algures, que Albert Serra não é aficionado. Nem precisa de ser. Bastou-lhe registar, com mestria, aquilo que viu. E que bem soube ver.